quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A problemática dos monarcas africanos

De há umas semanas a esta parte, tenho recebido uma estonteante enxurrada de emails de príncipes, princesas, rainhas e reis africanos, depostos do seu trono. Aparentemente, todos estes monarcas foram depostos pela força e estão a tentar fugir do seu país, salvaguardando a sua fortuna (todos eles têm cerca de 1 milhão de dólares, coincidentemente...). Ora, o que estes monarcas me pedem é que os ajude, mandando-lhes o meu número de conta para eles depositarem o seu dinheiro enquanto fogem do seu país para cá. Quando chegarem, eu tenho que o transferir para uma outra conta, ficando com 20% para mim, como recompensa.

Ora, tudo isto levanta um grande número de questões. Sendo logo a primeira: que raio é que nos andam a ensinar na escola?
Porque raio nos ensinam que o Quénia, a Namíbia, o Chad, o Burkina Faso, o Mali e, espante-se, a República Democrática do Congo, são repúblicas, quando afinal são monarquias?! Ãh?! Que perverso interesse é este em nos fazer acreditar nisto? É que das duas uma: ou é o sistema de ensino que nos anda a mentir desde sempre, ou são os monarcas que me mandam mails que me estão a tentar enganar... Ora, sendo os monarcas pessoas normalmente de educação superior e de nobres raízes, só pode ser todo o nosso sistema de ensino o responsável pela minha ignorância!

Segunda questão: como é que é possível que os nossos telejornais passem horas a falar do Orçamento de Estado, da candidatura do Cavaco Silva à Presidência da República, da morte do polvo Paul e que depois negligenciem os golpes de estado de que estes monarcas foram alvo?! Quer dizer, não é todos os dias que o príncipe da República Popular do Congo é deposto por um exercito civil e se vê obrigado a pedir ajuda a um português, não é? Não é propriamenete um acontecimento banal a rainha do Quénia ter sido traída pelos seus conselheiros e ter que se refugiar num país estrangeiro... Não é usual o rei do Mali a querer vir almoçar a minha casa por ter sido deposto por um militar maluco! Ou é?! Qual será o motivo do silêncio dos nossos media?! Que conspiração contra a monarquia africana é esta, afinal? Quem estará por trás de tão maquiavélico plano?

Terceira questão: Porque terão os monarcas escolhido Portugal, na hora de fugirem do seu país? Será pelo facto de cá ainda se comprarem discos do Câmara Pereira? Será que estes depostos monarcas africanos entraram também em contacto com o engenheiro Duarte? Eu sei que ele, para além de ser Grão-Mestre da Real Ordem de São Miguel e de ser assim a dar para o... digamos... senil... também é Presidente da Caixa de Crédito Agrícola de Nelas. Será que ele lhes facilita a transferência dos dinheiros? Ou será que os monarcas africanos já lá têm conta? Mais um mistério...

Quarta e última questão: porque é que, num país com 10 milhões de pessoas, fui eu o escolhido para ajudar não um, mas 6 monarcas africanos? Será que eles sabem que vim morar para Alfornelos? Eu sei que aqui há uma grande comunidade africana, mas nunca pensei que a notícia chegasse ao Chad... se bem que eu fui ver o jogo do Benfica a um café onde estavam 15 africanos a falar francês, e até dei um cigarro a um e tudo. Se calhar foi aí que a notícia se espalhou... não sei... talvez tenha sido quando fui àquela festa africana... pensando bem, talvez não... era uma festa africana mas era da África do Sul... não havia muitos negros e tal... não sei. O que sei é que agora tenho 6 monarcas a pedirem-me o meu numero de conta e a tratarem-me pelo nome. E eu sou lá gajo para negar alguma coisa ao rei Nokukhanya do Burkina Faso?!

P.S.- Peço desculpa pela irregularidade de posts no blog, mas é que o Benfica não tem andado, propriamente, a jogar muito bem... sendo assim, 90% da minha imaginação tem estado canalizada para tentar imaginar que ainda temos hipóteses de ganhar a Champions League..

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Monarquia versus República- Ou a problemática do bigode de D. Duarte

 Lá se passou mais um 5 de Outubro. 100 anos depois, penso que está na altura de fazer um balanço do que foi a vida da República neste período, ainda convidámos o Vítor Pereira para este trabalho, mas ele estava ocupado a ver o filme do jogo Guimarães-Porto e a rir-se da conferência de imprensa de Villas Boas. Assim sendo, terei que ser eu, mais uma vez, a levar a cabo tal tarefa.

Vamos lá então à análise: temos uns primeiros 16 anos de grande actividade, próprios de uma adolescente púbere, com várias trocas de “namorados”, mais concretamente, 45. Segue-se depois um período de maior contenção, um amadurecimento típico da idade, que durou 48 anos, onde a República se casou com um senhor conservador vindo de Santa Comba. Diz-se que, passado pouco tempo, a senhora República arrependeu-se desse casamento, pois era muito nova e não conhecia muito da vida quando se casou. Estava, portanto, longe de imaginar que seria vítima de violência doméstica e que o seu marido, juntamente com um gang de amigos, apelidado de PIDE, lhe iam fazer a vida negra, apesar de ter enriquecido bastante. No entanto, por volta de 68, a senhora República, vendo que seu marido estava a começar a ficar velho e senil, refugiou-se no seio de um amante, vindo da Beira Serra, e mais liberal que seu esposo. No princípio as coisas correram bem, mas o fantasma do seu marido e a desconfiança do gang de amigos deste, complicaram as coisas. Foi então que, em 1974, o caso de violência doméstica de que a dona República foi vítima, veio a público, assistindo-se a uma forte pressão popular que culminou no divórcio que a República tanto desejava. Seguiu-se, então, um período de grande promiscuidade na vida da dona República, que se tinha visto privada da sua liberdade durante o seu casamento de 48 anos. Apesar de já ser uma senhora dos seus 64 anos, neste período são-lhe conhecidos mais 10 novos casos amorosos, em apenas nove anos. É então que, aos 73 anos, a senhora República resolve assentar, devido à sua já provecta idade. Nos 21 anos seguintes, a sua vida foi mantida com grande estabilidade e sem grandes escândalos amorosos, estando a fortuna que herdou, dos tempos do seu casamento, a ser gerida e administrada por duas grandes empresas capitalistas, a PS e a PSD. No entanto, nos últimos 8 anos, talvez devido à senilidade própria da idade, a República decidiu entregar a sua fortuna nas mãos de gente pouco honesta e incompetente. Um dos administradores, por ela escolhido, fugiu do país passados dois anos, o outro gostava mais da noite do que de trabalhar, o actual... bem, lá vai tentando, sem muito jeito... E é assim que chega a República aos 100 anos: falida, senil, moribunda e possivelmente com sífilis.

Ai óh Maionese, depois de tão brilhante e completa análise por ti efectuada, à laia dos melhores historiadores nacionais, talvez não fosse má ideia voltarmos à Monarquia!” diz o leitor que já não troca de roupa há mais de 3 dias.

Calma, pá! Vamos com calma! Olha, pronto... aquele já me está a começar a ensaiar as vénias... epá, isto só visto!... Deixa-te disso, homem! Antes de começarmos todos a usar collants outra vez, vamos pesar os prós e os contras, ok? Pode ser? Óptimo... vamos lá então.
Monarquia versus República- Prós e Contras:

Rei: Aqui é complicado... Se por um lado um Rei é um gajo que, desde que põe as patas fora do útero da mãe, é preparado para governar o país, por outro é normalmente filho de primos direitos, o que faz com que, às vezes, um Rei se lembre de nomear o seu cavalo para Primeiro Ministro do Reino. Se por um lado tem o contra de ser um título hereditário, o que faz com que o povo pouco tenha a dizer na escolha do seu “chefe”, por outro lado... este é o mesmo povo que elegeu o Durão Barroso... portanto aqui tenho que dar empate.

Imagem: Aqui a Monarquia fica claramente a perder. Primeiro, devido à consanguinidade elevada que existe no seio das famílias monárquicas, é bem possível termos um Rei com o sex appeal da Odete Santos. Depois, olhando bem para os dois “candidatos” a Rei que temos neste momento... Um deles tem um bigode que é, possivelmente, o pior bigode da história dos bigodes. Um bigode que não tem personalidade, um bigode que parece que só lá está para segurar o nariz do Duarte, um bigode para o qual se olha e dá logo vontade de ir comprar 100 litros de manteiga de Karité... O outro... o outro é um caga-tacos com um corte de cabelo que faz lembrar uma catatua. Não dá!

Títulos: Outro ponto contra a Monarquia. Na República, o chefe de estado é um Presidente. Na Monarquia, um Rei, para além de ser Rei, tem também uma catrefada de nomes parvos como Marquês de Vila Viçosa ou bailio grã-cruz da Ordem Soberana de Malta, o que, para além de não servir para nada, é estúpido. O que raio é um grão-mestre da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa?

Competências: Mais um ponto para a República. Neste momento temos um Primeiro Ministro tão competente que se conseguiu formar a um domingo. No pólo oposto, temos dois candidatos a Rei em que um deles pilotou aviões na guerra colonial, guerra que perdemos, e em que o outro canta fado mas vende menos discos que o Rouxinol Faduncho.

Relações Internacionais: Reticentemente... tenho que atribuir o ponto para a República. É certo que o nosso Primeiro Ministro não é, propriamente, um poliglota, é certo que o seu "Espanhol Técnico” não é o melhor, é certo que o nosso Presidente usa expressões como “the escaping goat” mas... se nem os portugueses percebem o que diz o D. Duarte, imaginem os estrangeiros! E não podemos correr o risco de ter o Câmara Pereira a cantar a Rosinha dos Limões a meio de uma Cimeira Internacional!

Potencial Humorístico: Ponto para a Monarquia. É certo que a República nos proporcionou grandes momentos de humor, como quando Santana Lopes chegou ao poder, mas o que dizer de Nuno Câmara Pereira, o homem que proferiu a frase “sou um monárquico de esquerda!”? E já viram a quantidade de trocadilhos que dá para fazer com o nome Duarte Pio? Imaginem que o D. Duarte tem que discursar mas está afónico, “D. Duarte perdeu o Pio!”! Ah ah ah! Às vezes até me faço rir a mim mesmo...! Ai eu...!

Ideologia Política: Irrelevante...


Posto isto, mal por mal, mais vale continuar com a República, digo eu... 
Agora... está é na altura de mudar o símbolo, é que, parecendo que não, a mulher dos seios descobertos já tem 100 anos e ninguém gosta de olhar para peitos descaídos e enrugados. Vejam lá isso, pá!

domingo, 3 de outubro de 2010

A mais árdua tarefa de sempre...

Antes de mais nada, convém dizer que sou um gajo que, sem ter que puxar muito pela cabeça, consigo dizer os primeiros 10 Imperadores de Roma, sou um gajo que já viveu em Angola na altura da guerra civil e que já desenterrei cadáveres com mais 6000 anos, mas nada disto me preparou para a terrível realidade de hoje ter que ir comprar pensos higiénicos.

 Não sei se as mulheres têm bem a noção, mas nós, homens, não somos propriamente experts no que toca à menstruação. Sabemos que quando ela chega é bom sinal, que um gajo em vez de aturar nove meses de comportamentos bizarros e neuras, vai aturar apenas 5 dias de comportamentos bizarros e neuras e que, muito provavelmente, nesses 5 dias vamos ter brincadeiras que envolvem boca. De resto, não percebemos muito mais do assunto. Foi por isso que, quando a minha namorada me pediu para ir comprar pensos, acedi com relativa alegria, alegria esta que durou, exactamente, 22 minutos e 43 segundos, o tempo que demorei a perceber que, para comprar pensos higiénicos hoje em dia, era preciso tirar um curso superior em Biologia Humana, levar um GPS e um Técnico Comercial! Meu Deus! Existe mais variedade de pensos higiénicos num super mercado do que homens na cama do Carlos Castro! Nunca, em toda a minha vida me senti tão perdido, e olhem que eu já passei um dia nas Finanças...

Ai óh Maionese, que exagero! De certeza que já passaste na secção de Intimidade Feminina e viste a variedade de pensos... e aposto que já deves ter visto os vários anúncios às marcas de pensos higiénicos.”, diz o leitor com um hálito semelhante a uma ETAR.

Primeiro: que raio de confianças são essas? Ãh? Eu por acaso andei com vocês na escola para me começarem a fazer perguntas? E já não vos tinha dito que interromper as pessoas é feio? Mau... ai a prima... querem ver que me chateio?! É que isto é sempre assim, pá... uma gajo está aqui a trabalhar, a esforçar-se para vos entreter e depois é sempre o mesmo... “ai óh Maionese isto...ai óh Maionese aquilo” sempre, sempre a interromper e a mandar bocas! Qualquer dia deixo de vir aqui, pá... é que uma pessoa até perde a vontade com vocês... é que se é para isto mais vale eu ficar em casa, na caminha, a ver o Espírito Indomável na TVI e a cortar os pulsos... pagam-me o mesmo, pá! Vá, vamos lá ver se a gente se entende, ok? É que eu até gosto de vocês, vocês para mim são como família, como primos em 4º grau emigrados no Luxemburgo, que mandam aquelas caixas de surtidos pelo Natal. Portanto, vamos lá portarmo-nos bem, ok? Pronto...

Segundo: eu sou daqueles gajos que, quando vai às compras, apenas me dirijo às secções que me interessam, talho, verduras, congelados e a das revistas do Jet 7, por isso posso garantir-vos que nunca tinha passado pela secção de intimidade feminina. Quanto aos anúncios, quando passam na TV eu faço o mesmo que faço quando dá o Fama Show, tiro o som e fico a ver as gajas.

Portanto, foi com grande surpresa que, ao chegar ao hipermercado, me deparei com tal espectáculo! 42, contei eu. 42 variedades de pensos! Ele é com abas, sem abas, para grandes fluxos, para médios fluxos, para pequenos fluxos, com perfume, sem perfume, com desenhos, brancos, para tangas, para desporto, finos, grossos, com Aloe Vera... meu Deus! Com Aloe Vera! Para quê Aloe Vera?! E já agora, quando é que começou a paranóia do Aloe Vera? Ele é Aloe Vera nos iogurtes, ele é gel para sobremesas com Aloe Vera, ele é champôs com Aloe Vera... agora até pensos com Aloe Vera?! Para quando um maço de tabaco de tabaco com Aloe Vera? Ou gasolina com Aloe Vera?

Ora, foi por esta altura que eu comecei a ficar extremamente irritado com o facto da minha namorada não me ter dito que tipo de pensos queria, vai daí, pego no telemóvel para lhe ligar a perguntar quais, de entre as 42 variedades, eram os pensos que ela usava. Telemóvel desligado, para variar...

Comecei, então, a tentar adivinhar fazendo combinações. “Com abas, desenhos e perfume... não... sem abas, com desenhos e para pequenos fluxos... e se ela tem fluxo grande? Não... para desporto, brancos e finos! Não, ela já não faz desporto...” meia hora depois já tinha feito mais de 100 combinações e nada! Foi aí que pensei “não vale a pena, por mais que tente sou um ignorante na matéria, mais facilmente recitava a tabela periódica do que acertava na combinação certa. Já nem consigo pensar mais uma vez que seja em fluxos menstruais!”. Eis senão quando me aparece uma empregada de super mercado! Alegria! Jubilo! Eis a salvadora! Vai daí:

- Boa tarde. Desculpe lá, a minha namorada pediu-me para vir comprar pensos higiénicos, mas eu não sei quais lhe hei-de levar. Podia auxiliar-me?

- Boa tarde. Com certeza. Ora, qual é o fluxo da sua senhora? Com abas ou sem abas? Tem aqui uns para tangas também. Com desenhos ou brancos? Tem preferência na fragrância ou prefere sem cheiro? Finos ou grosso? Já viu estes com Aloe Vera?...

- Ahhhhhhhhhhh!

Resultado: comprei 42 caixas diferentes de pensos higiénicos! Ao chegar a casa, abri a porta e exclamei: “Já cheguei! Tenho só que voltar lá abaixo que deixei mais dois sacos no hall de entrada!”. E querem saber qual foi a resposta da minha namorada?! “Olha, afinal já não era preciso, como demoraste tanto tempo fui procurar na minha mala e encontrei uma caixa de tampões novos que tinha comprado no outro dia...”