terça-feira, 29 de junho de 2010

A culpa é dos cientistas...

Mais um furacão, o Alex.... Dizem que são cada vez mais e cada vez maiores... e a culpa é de quem?
A culpa, para mim, é dos cientistas. Podem dizer o que quiserem, que é do aquecimento global, que é castigo divino, que é por causa do Carlos Castro se levantar da cadeira, que para mim a culpa é só dos cientistas.

É que é mesmo para achincalhar! Quer dizer, vem um tornado, todo motivado para fazer o seu trabalho, dá o seu melhor, mata mil pessoas, destrói meio país, alaga cidades, e que nome lhe atribuem os cientistas? O Destruidor? O Abominável? Chuck Norris? ”Não.... vamos chamar-lhe: Katrina.”! Ora, se isto não é gozar com o desgraçado do furacão, não sei o que será...

E a que é que isso leva? Leva a que o tornado fique irritado com a falta de reconhecimento pelo seu trabalho. E o que acontece a seguir? Queixa-se aos seus amigos, os outros tornados, enquanto bebem uma cerveja na tasca lá do bairro. Ora, estes, ao ouvir o seu companheiro, que fazem? Vêm defende-lo e, acima de tudo, provar que os tornados merecem mais e melhor! Por isso é que, nos últimos anos temos sido bombardeados com mais, e mais, e mais tempestades, e cada vez mais fortes. É tipo o síndroma do filho que procura desesperadamente a aprovação do pai. Toda a gente tem um amigo assim, não é? Daqueles que, depois de abdicar da sua vida pessoal para estudar ao máximo, chega a casa com um 18 a Matemática Aplicada para mostrar, orgulhoso, ao pai e ouve como resposta : ”Só 18? Podias fazer melhor! “, e de seguida se vai fechar no quarto a estudar ainda mais, na esperança de ouvir dizer, pelo menos uma vez, “parabéns filho!”, ao seu sisudo progenitor.

Ora, com os furacões e os cientistas é o mesmo. O furacão esforça-se ao máximo para impressionar os cientistas e estes dão-lhes nomes como Paula, Katrina, Alex, etc. Por isso é que quando vêm, vêm sempre com mais violência, a ver se, pelo menos uma vez, algum dos cientistas diz “epá, sim senhor! Este furacão fez um bom trabalho, é que exterminou a França inteira, pá! Este vai-se chamar “Domenech, o Terrível”!”.

E outra coisa, eu sei que os cientistas não são, propriamente, conhecidos pelo seu sex appeal, eu sei que, normalmente, aos 40 anos ainda são virgens e vivem com a mãe, eu sei que, as únicas mulheres que vêm nuas são as que estão nas salas de autópsia, mas, com mil raios, é preciso dar a todos os tornados o nome da vossa namorada imaginária? É que é sempre o nome de uma mulher, carago: ou é Paula, ou é Virginie, ou é Katrina, ou Nicole, ou Lisa, ou Jeanne, ou Dannielle, ou até Alex, que é unissexo! É que, já que não lhes dão um nome que meta respeito, pelo menos chamem-lhe José, ou António, que sempre ficam um pouco mais contentes! (para as feministas que já estão a reclamar, 3 dicas: 1ª- o meu código postal 3000-___; 2ª, por favor depilem-se, as gilletes não são caras e ninguém merece olhar para um sovaco parecido com o Quim Barreiros sem acordeão...; 3ª é tudo uma questão de substantivos, tornados e furacões são do género masculino...)

Cientistas de todo o mundo, para acabarmos com este tipo de cataclismo, que são os tornados, faço-vos os seguinte apelo: quando o próximo tornado vier para aqui destruir alguma coisa, baptizem-no com um nome que, ao ser invocado, inspire receio, um nome que gele as veias de todos os que o ouçam, um nome que faça as pessoas trancarem-se em casa mal seja pronunciado, um nome que esvazie uma sala, um nome que só com a possibilidade de aparecer numa conversa faça com que as pessoas deixem de falar, um nome que faz com que um surdo fique contente por o ser, um nome como: Valentim Loureiro!
 
 
p.s.- nasceu, no passado dia 28, um novo blog na internet, pela mão do meu arqui-rival, o Ketchup Thom Atho... aconselho a visita
 
http://iradoketchup.blogspot.com/

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Actualidade (2)

Segundo um relatório da ONU, depois de meses de elevada flutuação, o consumo de drogas estabilizou no ultimo mês. Em tempo de crise, não deixa de ser estranho que o empresário mais competente da Europa se chame Quim Brocas...

Aos 52 anos, Alberto, príncipe do Mónaco, anuncia casamento com a nadadora sul-africana Charlene Wittosck. A Ketel One Vodka já veio a público afirmar que se sente traída pelo príncipe.

Pedro Perestrelo, filho do jornalista desportivo Jorge Perestrelo, estreou-se como actor pornográfico no filme Tavares-o Arquitecto Quebra-Bilhas. O jovem actor decidiu tornar o “ripa na rapaqueca” um negócio de família.

A cotação do petróleo encontra-se em queda. Estima-se que, até ao final do dia, com 10 euros de gasolina, já se consiga andar um quilómetro.

José Castelo Branco revelou, na sua auto biografia, que é “uma ‘bicha’”, garantindo, depois, que só atinge "o clímax com uma mulher". Revela ainda, José, que dorme de camisa de dormir e que aos 18 anos fez um tratamento hormonal "para fazer crescer as mamas". Adora homossexuais, "mas para amigos, jamais para a cama". Sigmund Freud deverá estar radiante por já ter falecido...

ANF diz que o Governo Regional da Madeira deve 105 milhões de euros às farmácias. Só a conta de Alberto João Jardim vai em 98 milhões em Guronsan's.
Já no Norte do País, a dívida é de 47,8 milhões de euros, sendo que a maioria se deve ao grande aumento do consumo de Rennie este ano.

Um restaurante perto de Phoenix, no estado do Arizona (EUA), está a servir hambúrgueres feitos com carne de leão. José Eduardo Bettencourt já entrou em contacto com o dono do restaurante para auscultar a disponibilidade deste para receber Hélder Postiga.

Em França, Nicolas Cocaign, de 38 anos, um prisioneiro condenado a prisão perpétua, matou o companheiro de cela e comeu-lhe os pulmões. Tudo porque tinha problemas com o este na disputa pela casa-de-banho e na partilha do papel higiénico.
Após a nutritiva refeição, Cocaign deliciou-se ainda com uma sobremesa composta pelos olhos de um amigo, que lhe cravou um cigarro. No final, degustou um digestivo de sangue quente de uma ratazana que entrou na cela sem desejar “bons dias” ao mesmo tempo que fumava um belo dedo do pé cubano, de um latino que lhe perguntou as horas.

O número de pobres a viver com menos de 1,25 dólares por dia deverá cair para 15 por cento do total da população mundial em 2015, afirma a ONU... é que a maioria vai morrer à fome até lá.

Dia 24 de Junho de 1633, Galileo Galilei é solto pela Inquisição. Precisamente 377 anos depois, eu corto-me a fazer a barba. Coincidência? Desta vez não parece...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Maionese Geographic

Neste momento, o mundo atravessa um dos mais complicados períodos da sua história. Milhares de pessoas passam fome, a crise económica alastra-se a quase todos os países, catástrofes naturais seguem-se em catadupa e a corrupção atinge os níveis mais altos de sempre. Posto isto, vou falar daquilo que mais me preocupa neste momento: o Karaoke!
O Karaoke é, possivelmente, a mais ridícula invenção de sempre dos japonocas, e olhem que estes têm muitas que concorrem a este posto, como o “Tamagoshi” (das mais irritantes de sempre...), a “Máquina de Assoar” (que consiste num rolo de papel higiénico pendurado na cabeça...) ou a “Máscara Fuma 14 Cigarros” (como o nome indica, uma máscara que te permite fumar 14 cigarros ao mesmo tempo em apenas 2 minutos... máquina esta que Carolina Salgado chegou a encomendar, enquanto estava com Pinto da Costa, consta-se).
E porque é que digo eu isto? Pergunta o leitor, que não lavou os dentes depois de ter almoçado sardinha assada com pimento.
Eu respondo: porque o Karaoke permite que toda a gente, pelo menos durante uns minutos, pense que é uma vedeta da música internacional, como um Bono Vox, uma Elizabeth Fraser ou um Roberto Leal, mesmo que a sua voz não se distinga do que habitualmente se ouve numa matança do porco.
Ora, em Portugal , como é hábito, a ideia do Karaoke pegou de estaca. Num pequeno espaço de tempo, 90% dos bares nacionais começaram a ter uma “Noite de Karaoke”, normalmente cheia. E quem são estas pessoas que frequentam as noites de Karaoke? São, na sua maioria, “Idiotas”, mas “Idiotas” que se dividem em três grandes grupos: os Idiotas que vão cantar em grupo tentando ter piada; os Idiotas que vão cantar sozinhos de olhos fechados; e, finalmente, os Idiotas que vão cantar porque alguém, secretamente, os inscreveu.
Eu, como adepto dos canais História e National Geographic que sou, decidi empreender um minucioso estudo sobre tal espécie, aventurando-me no seu habitat natural durante umas noites. Aqui ficam algumas notas tiradas na primeira noite.

Ora, o primeiro grupo (os idiotas que vão cantar em grupo tentando ter piada) é o mais representativo nestas noites de alegre paródia, e é, normalmente, composto exclusivamente por seres do sexo masculino. Na maioria das vezes, dentro do seio destes grupos, existe um macho-alfa, cuja posição de chefia se assinala pela quantidade de brilhantes que ostenta na sua roupa. Este, o macho-alfa, decide qual o tema que vão cantar e quando o vão cantar, os outros apenas o seguem. Os temas mais escolhidos inserem-se naquilo a que a imprensa musical decidiu apelidar de “Música Pimba”, destacando-se as faixas musicais de Joaquim Barreiros como as mais tocadas. A actuação deste grupo de Idiotas é bastante simples, baseia-se na premissa de que todos têm de estar bêbedos, ou de se fazerem bêbedos, para depois balirem cada um para seu lado, fazendo expressões faciais semelhantes ao ritual de acasalamento dos gorilas africanos, numa clara reminiscência aos seus tempos pré-históricos, que Darwin não descuraria analisar. No final da performance, todos se abraçam ou empurram e saem de cena exclamando palavras numa linguagem rudimentar.

O segundo grupo (os idiotas que vão cantar sozinhos de olhos fechados) é composto, na sua maioria, por seres do sexo feminino ou por seres masculinos calvos. Este grupo monopoliza, durante grande parte da noite, o controle do microfone, passando, muitas vezes, por cima do primeiro grupo de Idiotas, o que os torna um animal extremamente perigoso de enfrentar. Normalmente, neste grupo de Idiotas, proliferam aqueles que, não conseguindo ter uma carreira na música, têm no Karaoke o ponto alto da sua vida. Este grupo tem especial apreço por baladas românticas, sendo de João Pedro Pais, Mafalda Veiga e Rui Veloso os temas mais vezes requisitados. A sua actuação é já bastante complexa. Começam por se dirigir ao microfone de semblante carregado, mostrando as mágoas e os tormentos típicos de um artista do seu calibre, para, de seguida, tentarem levantar voo, abrindo bastante o braço que não segura o micro e movimentando-o de cima para baixo repetidamente. Neste momento os olhos fecham-se, guardando para si as emoções do Idiota. Durante a actuação assiste-se a variações várias (passe a redundância) da voz do Idiota, que muito se assemelham ao barulho que um Iaque faz ao ser baleado. A expressão facial é, no momento mais alto, um misto de orgasmo com prisão de ventre, para, no final dar lugar a um espasmo muscular, muito semelhante a uma trombose. No final, saem de cena com um sorriso envergonhado e espontâneo, milhares de vezes ensaiado frente ao espelho.

O terceiro grupo (os Idiotas que vão cantar porque alguém, secretamente, os inscreveu) é o menos representativo nestas noites de rambóia, mas, talvez o mais fascinante. Este grupo é composto por seres de ambos os sexos. Normalmente, este grupo, faz parte dos outros dois, ou seja, os elementos deste grupo de Idiotas estão dentro dos outros dois grupos de Idiotas. Na maioria das vezes, o Idiota deste grupo faz entender que quer ir cantar através de frases como “até eu canto melhor”, “isto é fácil”, “a mim é que não me apanham ali”, etc. , até que, alguém dos outros grupos o inscreva para cantar, fazendo-lhe a secreta vontade. Este grupo não tem preferência por qualquer tema musical, aceitando tudo. A sua actuação reveste-se de um quase misticismo, pois enquanto canta, este Idiota vai proferindo frases como: “agora é vai ser bonito”, “quem é que me meteu nesta?” ou “Ai a minha vida...”. A sua expressão varia entre o profissional sério e o olhar de falsa surpresa. No final, o Idiota sai sorrindo, não sem antes proclamar algo como “já não me apanham noutra”, desaparecendo com a sua escondida ânsia de protagonismo momentaneamente satisfeita.

Depois de, traumaticamente, observar estes Idiotas no seu habitat natural, voltei para casa. Tomei meio frasco de Xanax para tentar dormir e bebi três Whiskys... enquanto esperava que a mistura fizesse efeito liguei a TV, eis senão quando, na Porto Tv se me depara um programa de Karaoke em directo! Ainda hoje não sei se foi um delírio ou não... deve ter sido delírio, não acredito que uma Tv tivesse algo tão rasca na programação... não... bem, a Lua Vermelha continua a dar na SIC...não... não pode ser...deve mesmo ser do Xanax


P.S.- a não perder em breve a continuação do estudo abordando:

-o dono do Karaoke;

-o animador do Karaoke.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Entrevista ao homicida de Ermelo


Começou o julgamento de António Cunha, acusado de assassinar, a tiro de caçadeira de canos serrados, Maximiliano Clemente na mesa de voto de Ermelo, nas últimas eleições autárquicas em Outubro.
O julgamento teve início com o arguido a confessar-se culpado mas a recusar a intenção de matar Maximiliano.
O nosso blog contactou António Cunha, que nos concedeu a seguinte entrevista.

Força na Maionese (FNM): - Sr. Cunha, o senhor confessou-se culpado de homicídio, mas alega que não teve intenção de matar Maximiliano Clemente, apesar de lhe ter cravejado a cabeça de chumbo. Como explica esta declaração?

António Cunha (AC):- É verdade, óh chefe! Eu nunca quis fulminar o Maximiliano, eu quando disparei era só para as pernas dele, ele é que foi teimoso... baixou o totisso! Mas ele era assim mesmo, fazia tudo para me chatear! Isto foi mesmo só para me lixar o dia, é que se ele tem ficado quieto, tinha ido para casa só com uns chumbos nos chispes e pronto... lá ia cada um à sua vida... mas não, ele, com a ruindade, foi se baixar mesmo de propósito para levar com o chumbo no meio dos olhos! É que isto era até uma brincadeira entre nós... eu dava-lhe um tiro nas pernas de dia, ele alvejava-me o automóvel à noite... e assim se passava um dia agradável! Mas é que eu não tive mesmo intenção... não foi nada “prenoitado” como disse o shotôr Juiz, aliás, eu nem sabia que ele estava nas mesas de voto quando lá fui!

FNM- “premeditado”... “premeditado”...

AC- Pois, isso...

FNM- Mas senhor Cunha, se não foi um assassinato premeditado e não sabia que o falecido senhor Maximiliano estava no local, porque é que se dirigiu às mesas de voto com uma caçadeira de canos serrados na mão?

AC- Ora essa... para votar, obviamente!

FNM- Não estou a perceber... então mas para que é que precisa da caçadeira para votar?

AC- Porque nunca têm canetas lá na mesa... para marcar o voto e coiso.. e como também não sei ler nem escrever, a minha assinatura em vez de um “X” é uma cartuchada, à Homem! Está a ver, eu bem lhe disse que não foi nada “preturiano” como disse o shotôr Juiz!

FNM- “Premeditado”...

AC- Ou isso!

FNM- ... Então e como reage às declarações da população local que o acusam de ser violento e de manter toda a freguesia em clima de terror?

AC- Isso são calúnias, pá! Quem é que disse isso, ãh? Quem foi que eu dou já cabo dele! É que o estirrinco todo, pá! Não me queiram ver virado do avesso! São uns aldrabões esses f*#ho$ da p#*a! Só porque, de vez em quando, mando uns tiros à malta ou dou uma machadada a este e ao outro vêm logo com estas coisas, pá! É de um homem perder a cabeça!

FNM- Pois... Mas então a sua defesa passa só por tentar provar que o homicídio foi acidental e não premeditado? E como explica a caçadeira, que estava em sua posse, e que foi a arma do crime, estar ilegal?

AC- Quais ilegal qual quê? Por ter os canos serrados, é? É que aquilo não foi serrado... aquilo... aquilo... aquilo caiu... foi isso, caiu! Toda a gente sabe que em Outubro já é Outono...no Outono caiem as folhas, caiem os ramos, caiem os canos das caçadeiras... é normal pá! É que isso é só má vontade! E não tenho que convencer o shotôr Juiz... é que eu estou a dizer verdade! Foi um acidente e não foi nada “prestigiado”!

FNM- “Premeditado”... “premeditado”...

AC-... Olhe, você sabe que eu ainda tenho a caçadeira, não sabe?...

FNM- … Ah...pois bem, então até um dia destes que eu tenho que ir só...

AC- Então mas onde é que você vai homem de Deus?

FNM- … é que me lembrei que deixei as luzes da garagem acesas... isto depois é uma conta... ui ui!...

AC- Oh homem, não corra que eu ainda não acabei a entrevista! Venha cá!

FNM- … pois... fica para a próxima.. é que tenho que ir dar de comida ao meu borrego e....

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Carlos, o Super Português


Carlos tem por hábito levantar-se por volta das 9 e meia, pois pega ao serviço às 10h. Todos os dias reclama que trabalhar tão cedo é um crime e que não é escravo de ninguém, mas hoje, dia de Portugal, acordou bem humorado. “Finalmente... dia 10!” pensou Carlos ao desligar o despertador, made in China, que marcava 8 horas certas. “Nos feriados é bom acordar cedo, para aproveitar o dia”, murmura ele, muitas vezes, para os colegas.

O feriado de dia 10, dia de Portugal, é especialmente querido para ele, um verdadeiro patriota. Carlos odeia estrangeiros e estrangeirismos. Para ele, o estado degradante da nação deve-se, exclusivamente, “a essa cambada de emigrantes que vem para cá roubar o trabalho aos verdadeiros Portugueses” pensava irritado Carlos.

Mas este dia era dele e dos como ele, “o dia da pátria e dos patriotas” pensou, enquanto abria o seu seu saco de pão Bimbo e espetava duas fatias na sua torradeira Coreana, “nenhum estrangeiro mo vai estragar”

Depois do pequeno almoço, Carlos vestiu-se apressadamente, uns ténis Adidas, t-shirt da Nike e calças Levi's, lavou os dentes com a sua pasta Colgate e saiu de casa, não sem antes se perfumar com o seu Hugo Boss.

Enquanto entrava no seu Seat pensou “tenho mesmo que lavar os vidros do carro, mas também não quero ir gastar dinheiro na lavagem automática do Zé..”. Mais à frente, num semáforo vermelho, apareceu um romeno com uma escova e um balde. 15 minutos depois já se encontrava Carlos no meio da cidade, com os vidros lavadinhos por uns singelos 20 cêntimos. Tentou encontrar um lugar para estacionar, mas não queria gastar dinheiro nos parquímetros. Andou, andou, e nada, até que ao fundo da rua, um arrumador de aparência nórdica lhe faz sinal de que há um lugar livre. Carlos encosta o carro e dá 10 cêntimos ao ucraniano “sempre é mais barato que o parquimetro” pensou.

De seguida, lembrou-se que tinha que comprar pilhas para o comando da tv e também um saca-rolhas, que o dele, comprado há uns largos anos numa feira de artesanato nacional, tinha-se partido. Dirigiu-se então à Baixa, pois lá conhecia uma mega superfície comercial chinesa com preços imbatíveis. Passaram 30 minutos e Carlos já se encontrava numa pastelaria, para tomar a merenda matinal, com as compras ensacadas “1.99 cêntimos... nem foi caro para as pilhas e o saca-rolhas” murmurava consigo mesmo enquanto pedia ao empregado brasileiro um Bollycao.

Depois de passar pelo carro, e deixar o saco com as compras que efectuou nos chineses, Carlos dirigiu-se a um quiosque, onde comprou um maço de Marlboro, e seguiu para o shopping. A sua mãe iria fazer anos dentro de uma semana, assim sendo Carlos iria aproveitar a manhã para lhe comprar o presente de aniversário. Depois de correr a Zara, a Bershka, a Salsa e a Stradivarius, decidiu-se por uma camisola da Benetton. Com isto tudo o seu estômago começava a dar sinal de si. Olhou para o seu relógio, comprado a um marroquino na feira, e constatou que já era meio dia e meia hora.

Subiu então ao andar dos restaurantes, primeiro passou pela Pizza Hut, mas não era isso que lhe apetecia, depois espreitou a Pans & Company... “não, também não é isto”... restaurante Indiano, ÓKilo, “não, já sei... vou ao Macdonalds!”...” Um Big Mac menu com cola”.

Almoço tomado, cigarro fumado... o que fazer? Espreitou o cinema, em exibição estava a “Bela e o Paparazzi” e também o "Iron Man 2". “o cinema português é uma seca... um bilhete para o “Iron Man””. Antes de entrar, Carlos comprou mais uma Cola, pois não gostava de ver filmes a seco.

Terminado o filme, Carlos pegou no seu telemóvel Nokia e ligou para o seu companheiro de luta “então, que fazes?... Óptimo, já aí vou ter!”. 40 minutos depois já se encontrava junto de João, um patriota como ele, no Irish Pub a beber uma Guinness. Falaram de futebol. Carlos afirmava que Messi é o melhor jogador do mundo, já João dizia que este ano Milito tinha sido fantástico. No final ambos concluíram que iriam apoiar a Argentina neste Mundial.

Após mais algumas Guinnes, decidiram ir lanchar. Não estavam com muita fome, por isso foram comer uma chamuça ao Snack Bar Indiano em frente, onde discutiram os problemas da invasão dos produtos espanhóis nos mercados nacionais.

Por fim, por volta da 19 horas separam-se.

Carlos voltava para casa quando se lembrou que não tinha nada para jantar, então, num repente, dirigiu-se ao Lidl, que ficava em caminho e comprou umas pizzas congeladas.
Enquanto jantava, ligou a X-box, comprada já chipada numa loja on-line espanhola que lhe custou menos 60 euros, e jogou um P.E.S.

Por volta das 23 horas desligou jogo e viu a novela brasileira da SIC, que tinha começado a seguir “lá representar sabem os brasileiros” pensou.

De seguida viu o CSI e, por volta da 1 da manhã dirigiu-se para a cama, vestiu o seu pijama favorito, comprado no El Corte Inglés e ajustou o despertador, desgostoso por no dia seguinte voltar ao trabalho.

Antes de dormir ainda exclamou: “se todos os portugueses fizessem como eu, o país estava bem melhor!”.





p.s.- este texto foge um bocado do estilo do blog, mas hoje apeteceu-me diversificar.


terça-feira, 8 de junho de 2010

Jornais

Gosto muito de jornais e de revistas, assim como gosto também de furúnculos no rabo e de carne estragada. De entre toda a imprensa escrita, convém referir que nutro especial afeição pela imprensa portuguesa.


Antes de mais, gosto dos nossos jornais porque, em certa medida, os jornais portugueses, funcionam um pouco como a ciência: a sua verdade de hoje é desmentida amanhã, o que nos faz ficar suspensos, na antecipação de saber como a manchete de hoje vai ser estraçalhada amanhã... o que é bem pensado, assim um gajo tem a sensação que está a seguir uma novela, daquelas boas, escritas pelo Tozé Martinho.

Outra coisa que gosto nos jornais é a maneira como lançam humoristas. É de louvar! Em tempo de escassa aposta na ficção humorística nacional, por parte das televisões, é aqui, no papel, que muitos humoristas exercem a sua profissão. O que eu me ri hoje ao ler, no Correio da Manhã, a peça que a humorista Vânia Nunes quis passar por jornalismo: “"O facto de ser virgem não me impede de vir ao Salão Erótico", revelou Margarida Menezes, sorridente. Considerada uma rapariga "sem preconceitos", a presidente do Clube das Virgens assistiu atentamente aos espectáculos de striptease, viu um filme pornográfico a três dimensões e deu uma espreitadela nos objectos sexuais que estavam à venda.”. É ou não é uma piada brutal?! Ãh? Ahahahahah! Que riso! Toda a construção da piada é muito boa, diga-se de passagem. Ora vejam: primeiro a inversão da Margarida Menezes é muito bem conseguida; depois, o facto de um jornal em tempo de crise social, de crise financeira e de crise política, no tempo em que metade do Oceano está carregado de petróleo que, parecendo que não, até mata meia dúzia de espécies, no tempo em que uma Inspectora da PJ é acusada de corrupção, ter como notícia a Presidente do Clube das Virgens na Feira Erótica; e, por fim, o pastiche dos livros da saudosa Anita. Quem não se lembra do Anita vai à Praia, Anita Vai ao Zoológico, e.t.c.? Pois aqui, Vânia Nunes, num acesso de criatividade, aproveita o formato e escreve o Margarida Menezes vai Ao Salão Erótico. Muito boa esta graçola da Vânia que, confesso, me deixou um pouco invejoso. Um aplauso!.... Oi?! Estão agora a dizer-me que aquilo afinal não era uma peça de humor, era mesmo uma notícia... a sério?!... Bem... ok... 

Mas nem só de humor e de manchetes vive um bom jornal, não senhor! Um bom jornal precisa também de cronistas, uma raça pela qual nutro especial apreço, na medida em que me fazem sentir uma comichão raríssima, muito semelhante a urticária ou a limpar o rabo em urtigas.

Os cronistas são, na sua maioria, pessoas extremamente sábias e, consequentemente, escrevem artigos carregadinhos de sapiência, nos quais pululam as respostas para todos os problemas mundiais, ao mesmo tempo que educam o pobre e inculto mortal que os leia. Como este aqui do preclaríssimo César das Neves, no Diário de Notícias:

A democracia está a passar por um momento muito perigoso. Não só a crise mundial favorece os extremismos, mas o sucesso chinês revela um modelo alternativo, mostrando que se pode atingir a prosperidade sem liberdade.”.

Oi, então não querem ver que o César está aqui a fazer um apologismo da ditadura? Não, não pode ser... devo estar a interpretar mal, logo um senhor tão distinto e inteligente como ele...não.. devo estar enganado, ora deixa-me cá continuar a lêr:

As futuras gerações vão ser tentadas a abandonar aquilo que para nós é um consenso evidente. Estes nossos anos podem acabar na História como episódio isolado de uma bela experiência política”.

Pois... bem me parecia que estava enganado, ele afinal está é receoso que a democracia acabe... mas... porquê? Porque teme o César que a Democracia cesse de existir?

Porque “É na sua própria fragilidade que a democracia encontra os maiores perigos”!

Ah bom! E então que perigos são esses óh César?

Portugal aprovou a lei do casamento de pessoas do mesmo sexo

... Ok... não estou a conseguir seguir o teu raciocínio César, que perigo pode trazer isso à democracia?

Num país em convulsão com crise e desemprego, os parlamentares juntam-se momentaneamente, o Tribunal Constitucional cede à ideologia, o Presidente lava as mãos como Pilatos e muda-se a definição de casamento (…) Se até o casamento mudou assim, o que é que está a salvo?”

Epá, óh César, não estarás a exagerar um pouco? Não foi esta decisão uma atitude democrática e vanguardista?

A atitude de fundo que os suporta é a apoteose do narcisismo, fechado à fecundidade e centrado no prazer. A actual visão dominante do casamento, de qualquer sexo, é hedonista, precária, egoísta. Mas esta tolice ideológica não durará muito, como não duraram os delírios das gerações anteriores que hoje tanto nos desgostam. Apesar dos ataques, a verdade da família, baseada numa doação mútua, estável e fecunda, resistirá. Aquilo que no processo pode desaparecer é a nossa democracia, sacrificada, como no século XX, no altar da arrogância dogmática

Ah... ok... pois... ainda bem que existem artigos como os teus para nos educar a todos. Bem haja!

E pronto, é por isto que eu adoro jornais.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Calippo de Morango

Estive, há pouco, a ver, no site da Sábado, os vídeos de Nuno Rogeiro, seguidamente dei uma passada pelo Abrupto, do Pacheco Pereira, posto isto, vou falar hoje de um tema um pouco polémico: o Calippo de Morango.

Antes de mais, vou fazer um ponto prévio (reminiscências da passagem pelo Abrupto): não sou guloso. No entanto, gosto bastante de gelados. De entre todos os gelados, tenho especial apreço pelo Calippo de Morango.

Acontece que, ou por terrível perfídia, ou por retorcido sentido de humor do seu criador, o Calippo de Morango é aterrorizante para qualquer homem. O Calippo de Morango, caso não tenham reparado, assemelha-se muito na forma e, em certa medida, na côr, a uma parte da anatomia masculina que, normalmente, está reservada apenas para uso feminino. Mas isto, por si só, não constitui o busílis do questão. É que, não contente somente com a gag da forma e da côr, o criador do gelado lembrou-se que, giro giro, era embrulha-lo de tal maneira que, para o degustar, uma pessoa teria de levar a cabo meia dúzia de malabarismos labiais, normalmente semelhantes a um certo exercício sexual, por mim muito apreciado.

Ora, isto não se faz!

É horrível ires na rua e veres um homem, casado e pai de filhos, com barriga proeminente e bigode farfalhudo a efectuar algo semelhante a um fellatio numa “glande” de gelo. E não é só horrível para ti! O próprio homem, quando nota que o olhas, parece pedir desculpa com o olhar “eu sei... eu sei... mas está tanto calor...” pensará ele.

E depois, todos os Verões é o mesmo. O calor começa a apertar, a boca começa a ficar seca, olho em volta e vejo um café, entro para pedir um gelado, o meu gelado favorito, o Calippo de Morango! Dirijo-me para o balcão, o tempo parece abrandar, o coração começa a bater descompassado, uma gota de suor escorre-me da testa, o dono do café olha para mim de soslaio, quase ouço os seus pensamentos “mais um maricas que vai pedir um Calippo de Morango! No meu tempo não havia nada disto, os homens bebiam vinho, as mulheres não vestiam calças e o Carlos Espada não escrevia crónicas!”, a música de O Bom, o Mau e o Vilão entra em cena "fiuiuiu uauaua... fiuiuiu uauauA!", um fardo de plantas secas passa ao longe, o dono do café pergunta “o que deseja?”, sinto o chão a fugir de baixo dos pés, a voz falta-me, penso na vergonha de pedir um Calippo de Morango, é então que me sai “uma Super Bock , se fizer favor!”. E pronto, lá começa mais uma tarde de copos!

Maldito sejas criador do Calippo de Morango, pois me condenas ao alcoolismo!
 
 
P.S.- Ao longo deste texto escrevi "Calippo de Morango" 8 vezes, com esta 9. Se, depois disto, a Olá não propuser patrocinio, só poderá ser por pura mesquinhez.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Irritado

Hoje acordei irritado. Tive sonhos esquisitos onde o Santana Lopes e o António Sala me convidavam para andar a cavalo e acordei com um torcicolo.

Posto isto, vou falar de coisas que me irritam.

Irrita-me o google. O google tem a mania! É arrogante! Tu escreves “ofice” e vem ele sarcasticamente: “será que quis dizer: office? “... o filho da p*t@... e depois ainda completa com “Cerca de 1.120.000 resultados (0,45 segundos)” a fazer-nos pirraça com o quão rápido e fácil é para ele pesquisar coisas... you big mother f...!

Irritam-me pessoas que se atrasam. Eu sou um gajo pontual e, como gajo pontual, sofro do drama de ninguém estar lá para aplaudir a minha pontualidade, o que me irrita! E irrita-me também o facto de estar sentado a horas, quer seja no cinema, num jogo de futebol ou num concerto e, nos primeiros 20 minutos do espectáculo, ter que levar com o escroto ou com rabo na cara do pessoal que chega atrasado e vai para o seu lugar (já agora, estamos no cinema e temos que ir à casa de banho, quando passamos pelas pessoas devemos passar de frente para elas, o que faz com que o nosso órgão sexual fique à altura das suas cabeças, o que é desconfortável para as duas pessoas, ou devemos passar de costas, mostrando-lhe o rabo, o que não me inspira muita confiança...? É, possivelmente, a maior questão do nossos tempos...).

Irritam-me os empregados de mesa e as suas piadas! Quantas mais vezes vou ter que ouvir, quando digo “Queria um café”: “Queria? Então já não quer?hehehe!”, “Um café? Fresco ou natural? Hehehe!”?

Irrita-me o Pacheco Pereira! Se ele sabe que aquilo de que se fala nunca é “a questão essencial”, pressupõe-se que ele saberá qual será “a questão essencial”. Então porque raios é que ele não a revela? E porque é que não pára de fazer pontos prévios “antes de mais nada queria fazer um ponto prévio (…) agora, antes de continuar, vou fazer um ponto prévio (…) é conveniente fazer um ponto prévio antes de avançarmos!”. Ponto prévio: O Pacheco é parvo mas a questão essencial é: porque raios ainda lhe dão tempo de antena?

Irrita-me o Vasco Pulido Valente e o seu trabalhado pessimismo. Se, para o Vasco, os pensadores morreram todos no séc. XIX, porque é que ele continua a brindar-nos com os seus textos? Não é um isto o paradoxo?

Irritam-me os perús. Porque carga d'água quando um perú se embebeda é Natal e eu quando me embebedo é uma vergonha?!

Irritam-me pessoas que dizem “auga” na vez de “água”. É que, quando uma pessoa pede um copo de água e lhe respondem “disse um copo de auga?”, para não parecer mal não corrigimos, mas quando sorvemos o líquido, já não nos sabe a água mas sim a auga e, parecendo que não, não é a mesma coisa e lá se estraga uma tarde a uma pessoa.

Irritam-me perguntas idiotas. Que resposta espera alguém que te pergunta “então, estás cá?”, ou “Tu por aqui?”, ou ainda “então já chegaste?”? Que digas que não, que és uma alucinação? Um holograma? O efeito colateral do medicamento para a tosse?

Irrita-me o facto do youtube ter milhões de videos e não conseguir encontrar a reportagem do “Corvo Mantorras”! Discriminação racial ou animal? Ou ambas?

Irritam-me pessoas que, a meio de uma conversa, dizem "sabes como é, é que eu sou Sagitário...". como se, a partir dali eu soubesse o que raios ele/a quer dizer! O que é que quer dizer ser Sagitário, ou Caranguejo ou Escorpião? O Sagitário prefere boxers? O Escorpião não gosta de marmelada? O quê? 

Irrita-me conversa de encher chouriço. Se as pessoas não têm nada para dizer, porque não ficam caladas em vez de “-pois é... pois é... são vidas... está frescote não é? -Pois está... pois está... e então, como vão as coisas? - Vai-se andando, vai-se andando... uns dias melhor outros pior...”?! Isto não é conversa! E já agora, as coisas não andam... pessoas andam, animais andam, carros... talvez andem se ainda se conseguir comprar gasolina sem ter que vender a casa, mas coisas não andam. Ok?

Irrita-me este texto, por isso vou parar por aqui!



P.S.- o texto de hoje foi um pouco diferente do habitual e não vai voltar a acontecer. Peço desculpa.

Homens Fabulosos

Acabei de receber esta merecida (que só peca por tardia) distinção do excelso companheiro bloguista Bartolomeu, autor do não menos excelso blog http://santossantinhos.blogspot.com/. Distinção esta que honra não os blogs, mas as pessoas que os escrevem, neste caso eu.
Gostaria de agradecer a todos os comentadores e seguidores do Força na Maionese e dedicar-lhes este prémio, que também é seu, apesar de ser mais meu... muito mais meu... meu... SÓ MEU! ARRANJEM UM PARA VOCÊS!
Assim sendo, vou atribuir o mesmo selo àquele que, penso eu, realmente o merece tanto quanto a minha pessoa. E o nomeado é:


Agora mais a sério, aqui vão os nomeados


Quem aceitar o selo deve dizer de onde o recebeu e seguir o mesmo procedimento.